Luto do Policial
Como Lidar com a Dor e Encontrar Apoio
Você já ouviu falar sobre o luto do policial? Este é um tema sensível e muitas vezes negligenciado. Policiais enfrentam situações extremamente estressantes e, frequentemente, precisam lidar com perdas que a maioria de nós não consegue sequer imaginar. Como especialista em luto, venho explorar essa questão, um tema que muitas vezes é deixado de lado, mas que merece toda a nossa atenção.
O Desafio do Luto do Policial: Um Luto Não Reconhecido
Imagine a vida de um policial: repleta de desafios, riscos e responsabilidades. No entanto, pouco se fala sobre as perdas que eles enfrentam ao longo de suas carreiras. Quando falamos sobre o luto na vida de um policial, não estamos apenas nos referindo à morte de colegas de trabalho em situações de serviço, embora esse seja um aspecto crucial.
Trabalhar como policial é uma profissão incrivelmente estressante, onde as vidas são colocadas em risco diariamente para proteger a sociedade. Os policiais enfrentam não apenas o estresse da profissão, mas também o desrespeito de algumas pessoas. Eles vivenciam um constante confronto com situações de tragédia, crime e violência, além de incidentes críticos, como acidentes envolvendo viaturas, motos e até mesmo cavalos.
Ocorre também, cobrança da hierarquia, falta de recursos adequados, estagnação na carreira, falta de reconhecimento merecido, remuneração muitas vezes insuficiente, exposição à agressividade e violência no cumprimento de seu dever, e até mesmo conflitos familiares. Muitos policiais enfrentam o uso e abuso de álcool e outras substâncias devido ao fácil acesso, bem como o desafio de manter relacionamentos saudáveis. O que inclui a possibilidade de infidelidade, que por sua vez pode levar ao término de relacionamentos.
A falta de momentos de lazer, juntamente com o fato de que suas famílias podem não compreender completamente a dinâmica de seu trabalho, é uma pressão adicional. Conflitos entre colegas de trabalho, a falta de empatia por parte dos comandos, a resistência em procurar ajuda devido ao preconceito e o fato de que alguns comandos desvalorizam os serviços de saúde, como o acompanhamento psicoterapêutico e psiquiátrico, especialmente quando resultam em licenças médicas, são fatores que contribuem para o adoecimento.
Todo esse conjunto de desafios resulta em um luto. Esse luto, muitas vezes não reconhecido, afeta não apenas a saúde mental, mas também a vida pessoal e profissional dos policiais.
Um exemplo impactante disso, ocorre quando um policial enfrenta a perda de um colega de trabalho. Para esses profissionais, lidar com a morte diariamente se torna uma rotina chocante e desafiadora. Essa experiência pode desencadear uma série de emoções e desafios, como depressão, dificuldade de relacionamento, distúrbios emocionais e uma incapacidade em lidar com perdas futuras. Essas perdas são frequentemente subestimadas pela sociedade e, às vezes, até pelos próprios policiais, contribuindo para o desafio do “luto não reconhecido”.
Neste contexto, meu e-book Como Ajudar Alguém a Lidar com a Dor da Perda? Oferece insights valiosos sobre como lidar o luto, seja para policiais ou para qualquer pessoa que esteja passando por esse processo. Se você deseja compreender melhor o luto, apoiar alguém que esteja passando por isso ou simplesmente aprender mais sobre como promover a saúde mental, o material poderá ajudar.
A Compreensão do Luto Masculino
É fundamental compreender que os homens enfrentam o luto de maneira diferente das mulheres, frequentemente devido à pressão social que os impede de expressar sua dor. Esta falta de validação da expressão de pesar masculino, juntamente com a escassez de suporte adequado por parte dos profissionais de saúde, pode levar ao adoecimento psíquico. Em minha prática clínica, tive a oportunidade de trabalhar extensivamente com homens que enfrentam o luto de diversas formas, e até escrevi um artigo sobre o “luto não reconhecido do homem” para destacar a importância de abordar essa questão e incentivar uma conversa aberta sobre o luto do homem.
Quando os Policias Pedem Ajuda?
- Quando todas as alternativas foram tentadas.
- Quando percebem que sozinhos não conseguem.
- Quando outro profissional indica, médico/psiquiatra, por exemplo.
- Quando é orientado/escalado pelo comando.
- Quando necessita de intervenção medicamentosa.
- Quando tem apoio dos colegas e/ou comando.
- Quando ocorre algo novamente, como a morte de algum companheiro ou acidente por descuido.
- Quando teve tentativas de suicídio.
- Quando teve sensação de revivência de algum evento traumático – TEPT.
Acolhimento do Luto
Por fim, gostaria de lembrar que você não está sozinho nesta jornada. Como especialista em luto, estou aqui para oferecer o apoio e orientação de que você precisa. Minha prática clínica tem um foco especial no luto masculino, e estou comprometida em ajudar a quebrar o estigma em torno desse tema.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando o luto, saiba que há ajuda disponível. Entre em contato comigo para saber mais sobre como posso auxiliar você nesse momento difícil.